Ambiente experimental para publicação de material excedente do projeto Incubus e incubologia. Com pequenos contos relatívos a Incubus, Sucubus e qualquer outra tranqueira sem noção ou relação com os temas supra-citados...

Bem vindo?


Pressupostos deste blog sobre os leitores:
1) Os leitores são pessoas adultas, que já fizeram suas escolhas básicas na vida, conhecem-se o bastante para saber do que gostam e no que acreditam. Portanto os leitores comportam-se de maneira apropriada a adultos bem resolvidos e bem educados.
2) Os leitores são inteligentes, sabem que ficção é por definição algo que não existe e que para divertir-se com ela é necessário firmar um pacto com o autor, de que acreditará na ficção, pelo menos enquanto estiver lendo.
3) Os leitores são educados, sabem falar sobre assuntos delicados sem ofender ninguém e sem perder a elegância. Também sabem argumentar e expor seus pensamentos e sentimentos por escrito de maneira clara, correta e precisa quando sentem necessidade de comunicar-se uns com os outros.
4) Os leitores gostam de ler e terão tanto prazer na leitura quanto o autor na escrita. O autor deste, gosta muito de escrever, para acompanha-lo o leitor deve gostar de ler.

Se você não se enquadra em algum destes itens, não perca a maravilhosa chance de investir seu tempo em alguma atividade mais adequada, como por exemplo, rezar para que um dia você possa ser uma pessoa adulta também.

Pressupostos deste blog sobre a realidade:
1) Existe um Universo imanifesto, repleto de possibilidades, tudo o que hoje existe, existiu primeiro nele, até que em algum momento manifestou-se em algum mundo.
2) Existe um mundo espiritual. Este mundo contem coisas boas e ruins.
3) Existe um mundo físico. Este mundo também contem coisas boas e ruins.
4) Existe um mundo do meio, formando uma ponte entre o espiritual e o físico. Acessamos este mundo através de nosso pensamento. Nossa mente é o instrumento que possibilita navegar em diversos mundos, entre eles, o nosso mundo interior, o mundo mental compartilhado e o mundo do meio.

Neste blog, apresentarei em forma de ficção, um pouco do que vivi e presenciei no mundo do meio. Contarei as histórias dos personagens que conheci enquanto navegava através da imaginação por todos os mundos, manifestos ou não. Se você leu e compreendeu os pressupostos acima, lhe estendo o convite que até hoje só ofereci para meus melhores amigos: “Deixe-me levar sua mente para passear”.

Um grande e confortável abraço

=NuNuNO== Griesbach
( Que não sabe onde arranjará tempo de postar, porém, tem um plano. )

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Hellena - A calcinha preta

A calcinha preta


Acabo de voltar para minha casa, não estou certa se o que vivi nos últimos dias foi realidade ou apenas alguma alucinação coletiva que afetou também alguns de meus escravos, que confirmam cada uma de minhas memórias e me ajudam a manter vívidos os detalhes. Antes de mais nada, devo registrar o que me ocorreu para depois poder analisar com calma.
Meu nome é Hellena, rainha Hellena para meus súditos e súditas espalhados pelos quatro cantos do mundo. Hoje vivo uma vida tranquila, onde meus desejos se realizam antes mesmo de eu poder expressá-los, conto com escravos tão leiais e próximos a mim, que antecipam meus desejos e correm para torná-los efetivos em troca de alguns segundos de minha benevolente atenção. Mantenho-me cercada deles o tempo todo, em minha casa e em todos os locais onde deseje ir.
A cidade onde vivo, é talvez a mais bela cidade do mundo, atraindo turistas de todos os lugares, que não sabem exatamente aonde estão pisando. Em cada templo, em cada praça e em cada maravilha arquitetônica erguida em minha cidade, existe uma dedicatória secreta para mim. Meus escravos me homenageiam constantemente, na vã esperança que eu os beneficie em qualquer aspecto de suas vidas.
É claro, nem sempre foi assim, já estive desesperada, sem família ou amigos, com todos os recursos financeiros negados, precisando me prostituir para continuar vivendo. Até que conheci Mario, meu atual marido e, minha vida mudou. Eu nunca havia entendido realmente o que fez tudo acontecer, foi tudo tão rápido que não percebi enquanto me transformava de uma reles prostituta em uma deusa viva.
Até algum tempo atrás, imaginei que conhecia minha história, porém, um estranho e afoito homem, aliás, bastante mal intencionado, veio revelar a mim um pedaço perdido de história, de um artefato tão idolatrado quanto eu mesma e que definitivamente deu inicio a tudo que sou hoje.
Ele chegou na cidade como tantos outros turistas, munido de dinheiro e máquinas fotográficas. Quando ele começou a fazer perguntas sobre mim, meus fiéis escravos vieram me questionar sobre o que deveria ocorrer a ele. Sem saber o que decidir, ordenei que fosse deixado em paz, mas, que nada, absolutamente nada sobre mim fosse revelado.
Os dias passaram rápido e as notícias sobre o estranho não paravam de chegar, ele passava os dias procurando e fotografando as dedicatórias e homenagens feitas para mim por toda a cidade. Não parava de perguntar. Não parecia disposto a desistir.
Enviei uma dupla de fortes escravos para assustá-lo. Ele foi surrado até quase a inconsciência, ameaçado de morte caso não tomasse o primeiro vôo para longe o mais rápido possível, mas, no dia seguinte, ele continuava buscando por minha presença como se viver fosse menos importante do que me encontrar.
Num ato de suprema bondade e curiosidade, ordenei que a vida deste miserável se tornasse num inferno, um teste sádico para mensurar a dimensão de seus desejos. Se ele passasse no teste, permitiria uma audiência comigo.
Após duas semanas de comida extremamente mal temperada, surras noturnas, hotéis sem água e noites mal dormidas, permiti que ele me encontrasse. Talvez ele imaginasse que estaria fazendo uma surpresa, porém, conhecíamos cada passo seu nas últimas semanas. Fizemos com que ele descobrisse meu endereço, o vimos sair do hotel e soubemos imediatamente quando o motorista de táxi aceitou a corrida até a frente de minha residência.
Convidei-o para sentar, em uma sala especialmente preparada para recebê-lo. Rapidamente ele contou-me, após algumas triviais formalidades, que veio de longe em busca de uma calcinha minha, não qualquer calcinha que eu tenha um dia usado, ele queria a minha melhor calcinha de rainha, minha calcinha da sorte, a calcinha que eu só usava em ocasiões realmente únicas e que ficava guardada em meu cofre quando eu não estava usando. Desde o início, ele já sabia que eu não iria cedê-la assim tão facilmente:

---- E por que, senhor Alfredo, o senhor fez uma viagem tão longa?
---- Por que não posso mais viver afastado desta linda calcinha. Não posso mais suportar a dor que a ausência dela me causa.
---- Você é claro, antes de me procurar, consultou psiquiatras e especialistas neste tipo de problema, não é mesmo senhor Alfredo?
---- Sim! Eu tentei de tudo para esquecer. Tudo mesmo. Fracassei e aqui estou para implorar, que pelo menos me deixe tocá-la uma vez mais.
---- Pode ser... – Disse-lhe sem expressar nenhuma real esperança de que ele me convencesse a deixá-lo tocar minha peça íntima mais querida. – Antes, porém, quero que me conte sua história. Entretenha-me com a verdade e talvez eu seja boazinha com você.
---- Claro Hellena, farei o que me pede. Contarei como a tive em minhas mãos, e como a infame ganância pode fazer com que eu fútilmente me desfizesse dela. Talvez minha história não lhe motive a permitir-me uma última visita, mas, se quer a verdade, a verdade é tudo o que tenho para contar sobre mim.
---- Continue.
---- Fazem dez anos que saí da força policial de minha cidade. Minha última missão foi controlar uma rebelião que ocorria em um sanatório das proximidades, médicos e pacientes haviam criado para eles uma nova religião, diziam que todo tipo de criatura mística estava visitando o hospital para satisfazer seus próprios interesses. Não, eu nunca acreditei em nada disso. – Ele parecia tentar recuperar detalhes, como se desejasse reviver algo que ficou para trás – Fui obrigado a acreditar quando vi que deuses saíram do lugar.
---- Deuses?
---- Era assim que as pessoas estavam os chamando, alguns chamavam de deuses, outros de santos. Eram três mulheres e dois homens. Um homem carregava o outro em suas costas, o homem carregado estava coberto de sangue, com as pernas arrancadas. Estranhamente, pernas novas estavam se formando diante de nossos olhos enquanto eles caminhavam. - Ele respirou fundo, como se precisasse de coragem para continuar a descrever – O que vimos sair daquele hospital era tão fantástico e apavorante que não existem coisas equivalentes no mundo para que eu possa descrever a você. Eram inegavelmente seres de outro Universo, de beleza e esplendor tão intensos que silenciaram a multidão revoltada em torno do hospital.
---- Estranho. Você contou isto a seu psiquiatra?
---- Duvido que alguém que tenha presenciado a saída deles do hospital tenha contado a alguém. Foi tão impressionante e tão absurdamente inexplicável que ninguém acreditaria sem ter estado lá.
---- Pode parecer estranho, mas, eu acredito em você. - Embora eu nunca tivesse ouvido falar do tal incidente, aquilo tudo soava familiar para mim, como a lembrança de um sonho repetido muitas vezes.
---- Nosso capitão chamou dois soldados para escoltar os deuses pela multidão, para que não fossem incomodados e pudessem continuar tratando de seus assuntos.
---- Você era um deles?
---- Não. No exato momento eu estava fazendo o que qualquer pessoa racional teria feito diante daquela visão.
---- Você estava escondido!
---- Exatamente, mas não pense que sou covarde, apenas queria viver o bastante para contar o que vi para meus filhos. Queria ter tido filhos.
---- Entendo, continue.
---- Antes de ir embora, as três mulheres presentearam cada um dos soldados com suas próprias calcinhas. Eram apenas três calcinhas, uma preta, que está em seu poder, uma branca e uma vermelha. As deusas afirmaram que estas poderiam ser vendidas por qualquer preço.
---- E isto é verdade? Não existe preço que não seria pago por uma destas calcinhas?
---- Tenho seguido estas calcinhas desde então, duas delas, a branca e a vermelha desapareceram no último ano. Incontáveis somas em dinheiro foram negociadas por elas antes disto. Deixaram para trás um incrível rastro de troca de riquezas, morte e depressão.
---- Como assim?
---- Um homem pode dar toda sua fortuna para ter a calcinha, após isto, ele é apenas o mendigo mais feliz do mundo. Um dia, precisando comer ele a vende, em troca de toda riqueza de outro homem. Desde então, este homem é rico e poderoso novamente, mas carrega dentro de si o mesmo vazio que carrego agora.
---- Então você deu toda a sua fortuna pela calcinha?
---- Não. No momento ninguém fazia ideia de quanto ela valia. Comprei por apenas alguns trocados, do soldado que a recebeu. Fiquei com ela por apenas um dia e revendi por uma pequena fortuna no dia seguinte, deixando meu colega bastante decepcionado pelo preço que cobrou por ela.
---- Então ele não acreditou na tal Santa?
---- Talvez a calcinha não provoque nele o mesmo efeito que provoca nos outros, ele simplesmente a vendeu com desdém.
---- E você? Como a vendeu?
---- Eu cobrei caro, a vendi por alguns milhões que me sustentam até hoje. Meus planos eram de recuperá-la a força, porém fracassei. Quando invadi a casa de meu cliente, a calcinha já havia sido roubada por um de seus empregados. A culpa no entanto, e a pena, recaiu sobre mim. Acabei sendo preso.
---- Você foi preso por um crime que não conseguiu cometer? Isto é bastante diferente do que os presidiários costumam contar.
---- Mas foi a verdade. Eu teria ajudado a rastrear a calcinha com minhas habilidades de detetive, mas, ao me encontrar chorando em sua sala, meu cliente entendeu errado e me colocou na prisão. Só recebi minha liberdade um ano depois.
---- Um ano por tentar roubar uma calcinha?
---- Meu cliente era um homem muito rico e influente. E alimentava a partir daquele momento um ódio imenso por minha pessoa. Só pode perdoar-me quando descobriu o verdadeiro culpado, que teve o fim merecido rápido demais. Antes de poder confessar para quem havia vendido o artefato.
---- Mas você encontrou a trilha.
---- Sim, eu encontrei. Uma vez declarado inocente, recuperei meus antigos contatos na policia, que facilmente rastrearam uma a uma as operações de troca de riquezas, seguidas por assaltos e assassinatos.
---- Assassinatos?
---- Sim! Muitos morreram tentado recuperar ou simplesmente possuir esta calcinha, que hoje você detém em seu poder.
---- Interessante. Isso a torna ainda mais especial para mim.
---- Consigo imaginar isto. Segui o rastro da calcinha, até chegar em você.
---- Hmmm?
---- Filha de homem rico que perdeu tudo o que tinha. Você sobreviveu da prostituição, vendendo barato o seu corpo por alguns anos. Subitamente se tornou a rainha sadomasoquista com mais influencia política em todo o país.
---- Interessante, você parece conhecer um breve resumo de minha história.
---- Não sei o que você faz aos homens. Só sei que faz muito bem feito.
---- Homens e mulheres meu caro. Homens e mulheres.
---- Mas sei que você é o resultado fatal do poder daquela calcinha. Cada molécula do seu corpo é construída com a mesma substancia do que tem faltado em mim por todos estes anos. Eu vim até aqui, pronto para fazer o que fosse preciso para recuperar minha calcinha, porém agora, sinto que minha única opção é dobrar-me aos seus desejos.
---- Você está correto. Você nunca teve outra opção desde que começou a me procurar.
---- O que preciso fazer por você? O que eu poderia fazer por você?
---- Vá embora. Deixe-me em paz para o resto da vida, deixarei a calcinha em meu testamento para quem melhor me servir. Se você for considerado um bom servidor, poderá ser para você.
---- Me deixe pelo menos vê-la uma última vez. Alguns segundos com ela é só o que eu peço.
---- Sabe? Eu não conhecia esse pedaço da história da calcinha que você me contou. Desde que a vi, sempre soube que era especial, mas, não imaginava o quanto.
---- Está considerando deixar-me vê-la?
---- Sim. Estou.
---- Obrigado senhora Hellena.
---- Rainha Hellena para você! Entenda, que você poderá vê-la, mas, não poderá tocá-la. Talvez isto apenas aumente a sua angustia, já que esta calcinha nunca mais pertencerá a você.
---- Mas você disse que...
---- Eu sei o que disse. Mudei de ideia. Posso fazer isto sempre que eu desejar. Você parece estar esperando a primeira oportunidade para fazer algo insensato e tentar recuperar a calcinha que você um dia desprezou.
---- Você está certa. – Fala Alfredo empunhando uma arma que levava escondida sob a camisa. – O meu plano, do início ao fim é insensato.
---- Realmente. É muita insensatez imaginar que lhe deixaria entrar em meus domínios armado com qualquer objeto que pudesse ferir-me. Sua arma foi trocada em seu quarto de hotel, enquanto você tomava banho. Fazem duas semanas que você leva consigo uma arma de brinquedo.
---- Eu percebi a troca! Comprei outra arma e munição de verdade. Reproduzi cada pequena marca da arma falsa que vocês me deixaram para que não percebessem a diferença.
---- Então atire em mim, idiota. Atire e descubra por si mesmo que não é possível me atingir dentro de minha casa.

O idiota atirou em mim, com as balas de festim que meu escravo vendeu para ele. Ficou extremamente surpreso ao perceber que seus disparos não tiveram efeito sobre mim. Mais surpreso ainda quando outros escravos entraram na sala e o renderam, desta vez com armas e balas de verdade.

---- O que fazemos com ele minha senhora? - Me perguntou um escravo visivelmente ansioso para sacrificar uma vida em minha homenagem.
---- Levem-no para a gaiola, eu ainda não terminei com ele.

A gaiola, feita sob encomenda, era um instrumento de tortura, onde muitos de meus escravos sonham em serem dominados por mim. Feita do mais puro aço, e sem espaço físico para proporcionar qualquer tipo de conforto, fica pendurada na parede de um de meus quartos, com uma bela vista para minha cama, onde gosto de ser admirada. Normalmente não deixo um escravo na gaiola por mais do que uma hora, a posição força muito os músculos, proporcionando câimbras e suplícios terríveis, que são, a princípio um preço justo para poder estar em minha presença.
Em quarenta minutos os gritos começaram, esperei algumas horas, até que os gritos e as suplicas diminuíssem, até que as câimbras proporcionadas pela posição em que a gaiola o obrigava a permanecer fossem insuportáveis, então entrei no quarto, usando apenas a calcinha que ele tanto desejava ter mais uma vez em suas mãos.
Em minhas fantasias, imaginei que isto causaria algum tipo de surto, imaginei que eu veria um homem debater-se entre as grades da pequena gaiola até a morte, porém, sua reação foi ainda mais prazerosa para mim. Ao me ver, seu corpo paralisou-se, podia sentir seu olhar me acariciando, era como se ele estivesse entregando sua alma em fartas colheradas em minha boca, para que eu o consumisse.

---- Está mais calmo agora senhor Alfredo?
---- Sim minha senhora – falou tremulo.
---- Você imagina o que irá acontecer com você, agora que tentou me assassinar?
---- Que seja feita a sua vontade minha rainha, estou terrivelmente arrependido de tê-la ofendido. Não sou digno de nenhuma piedade.
---- É assim que eu gosto. Acho que lhe deixarei viver mais um pouco, pelo menos até responder algumas perguntas.
---- Tudo o que a senhora quiser. - Ele não parecia temer o seu destino, desde que me agradasse. A calcinha sempre teve este poder sobre os homens, mesmo por baixo de um vestido. Eu sempre adorei isto nela.
---- Primeira pergunta, como chegou até mim? Como encontrou minha cidade?
---- Não foi difícil, minha senhora. Sempre que alguém sede em vida todas as suas posses para outra pessoa, é obrigado a firmar isto em um cartório. São transações bastante raras. Quando o destino das riquezas não é uma igreja, é quase certeza que a calcinha esta relacionada. Com meus contatos na polícia, pude chegar até as cidades vizinhas.
---- Até as cidades vizinhas, sim, mas eu não gastei nada com ela, e o homem que me presenteou também não. Como chegou até aqui?
---- Chegando no local da transação, basta procurar nos periódicos locais, assassinatos despropositados costumam ser boas evidencias de que a calcinha foi exibida para alguém que não poderia comprá-la.
---- Entendo, mas, ainda não me contou como você chegou até aqui.
---- A calcinha foi comprada em troca de diversas propriedades, fazendas e algumas empresas metalúrgicas. O novo dono da calcinha foi assassinado no dia seguinte por adolescentes, que aparentemente apenas se divertiam assassinando moradores de rua. Semanas depois, estes rapazes mataram-se em uma briga, provavelmente pela posse da calcinha. Um deles, o que restou, foi perseguido pela polícia e morto ao tentar reagir. Após isto a calcinha sumiu.
---- Então você deduziu que estava com algum policial.
---- Sim, é fato que de tempos em tempos, a calcinha volta as mãos de algum policial.
---- Então você procurou dentro da policia?
---- É um pouco complicado, a impressão que eu tive foi de que o policial que ficou com a calcinha apenas a guardou sem mostrar para ninguém.
---- Mas não foi isso que aconteceu...
---- Pois é. Fui a uma casa noturna, tentar relaxar antes de prosseguir com minhas buscas, e reparei que todas as bocas repetiam constantemente um único nome. O seu nome. Não foi difícil imaginar que você estava com a calcinha em seu poder. Mas entre saber o seu no nome, e descobrir seu endereço houve muito sacrifício. - Ele parecia nem mesmo imaginar, que fui eu quem decidiu cada um dos sacrifícios que ele deveria fazer – No momento eu me pergunto como a senhora conseguiu esta calcinha.
---- Você quer saber, não quer?
---- Quero.
---- Eu era apenas uma prostituta que odiava cada um de meus clientes. Eu podia perceber, enquanto contava meu pedaço da história, que ele lutava para não demonstrar as dores que sentia em seu corpo – Havia é claro, um cliente especial, Mario, hoje sou casada com ele. Ele era chefe estadual de polícia e também o chefe de todo o narcotráfico e prostituição das redondezas. Um homem que transpirava poder em cada centímetro de seu corpo, respeitado e temido por todos onde passava. E que vinha até mim manso como um gatinho, querendo ser dominado física, mental e espiritualmente.
---- Foi Mario quem lhe deu a calcinha?
---- Sim. Foi ele. Eu já havia percebido que Mario era meu cliente mais importante, mas é claro, não cansava de tratá-lo como um ninguém para obrigá-lo a demonstrar seu valor ainda mais. Ele me cobria de presentes, joias, equipamentos de tortura e de vez em quando, desaparecia com alguma pessoa que tivesse me desagradado.
---- Então ele lhe amou assim? A ponto de ter em suas mãos um dos objetos mais valiosos do Universo e simplesmente lhe presentear com ele?
---- EU nunca tinha visto por este ângulo, mas sim. Ele um dia chegou muito agitado. Estava machucado e encharcado de suor. Entrou em minha casa e jogou-se aos meus pés. Mostrou-me a calcinha, e implorou que eu a usasse enquanto o submetia a meus caprichos.
---- Então foi assim?
---- Naquele momento eu sabia que qualquer coisa que eu pedisse para Mario seria feita. Era o momento ideal para me tornar tão poderosa quanto ele. Peguei a calcinha de suas mãos e imediatamente gostei dela, é fato que qualquer um ao simplesmente olhar para ela, percebe o seu valor. Quando eu a vesti, senti que meus planos para Mario eram muito pequenos, senti que poderia fazer tudo o que desejasse acontecer, era como se o poder, em sua forma mais pura estivesse me masturbando. Pude ver a vida que eu sempre desejei implorando para que eu a vivesse
---- Por favor. Continue.
---- Nos dias seguintes, percebi que enquanto eu vestia a calcinha, o mundo se dobrava aos meus desejos. Eu sabia que ela era especial, sabia que havia alguma magia extremamente poderosa nela, mas nunca imaginaria a história que você me contou. Deuses...
---- E ninguém nunca tentou tirá-la de você? Roubá-la?
---- Antes de você? Não, ninguém jamais tentou. Provavelmente se eu a estivesse usando para lhe receber, você também não tentaria. Você não quer mais tirá-la de mim agora, não é mesmo?
---- Não senhora. No momento tudo o que desejo é servi-la por toda a minha vida. E que minha vida sirva para sua diversão e entretenimento. - Ao ouvir palavras tão belas saindo da boca daquele homem, por alguns segundos eu gostei dele.
---- Sabe qual é o problema dos homens?
---- Não senhora.
---- É que não sabem para que serve uma calcinha. Venderam a própria vida por um objeto que desde seu inicio foi concebido para vestir uma mulher.
---- Sim senhora, agora que você falou parece obvio.
---- Quantas calcinhas como esta você disse que existiam?
---- Três minha senhora, uma branca, uma preta e uma vermelha.
---- E o que você sabe sobre as outras duas?
---- Pouca coisa, não pude rastreá-las da mesma forma que a sua.
---- Tanto faz, quero que escreva tudo o que sabe sobre as outras duas calcinhas.
---- Você irá procurá-las?
---- Eu irei vesti-las.
---- Quer que eu a ajude?
---- Sim, escreva tudo o que sabe.

Como sou generosa, deixei que Alfredo vivesse, preso dentro da gaiola, para servir de objeto de treino para minhas lindas e delicadas aprendizes.
Deixei instruções claras para a prefeitura, a polícia e também para alguns bandidos. Nomeei alguns escravos de confiança que saberiam me localizar se fosse necessário e parti para a busca mais surreal de toda toda minha vida.

=NuNuNO==
( Que continuará esta história em algum outro post num futuro não muito distante )

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Encontro Casual

Enquanto os novos textos estão terminando de dourar no fogo, sigo descogelando algumas velharias que estavam no freezer... :-)

Encontro Casual


Nossa! A quanto tempo? O que você está fazendo aqui? Que coincidência te encontrar justo aqui né?
Você sabe que eu sou uma menina do interior, nasci e cresci com você em uma cidade pequena, e ainda lembro o nome e sobrenome de cada um dos mil habitantes e de seus animais de estimação. A vida no interior não é de fato ruim, na maior parte do tempo existe paz e união entre as pessoas, pode-se deixar a casa inteira aberta e sair para uma viagem de um mês, quando se volta encontra-se a casa do mesmo jeito que se deixou, e as vezes até algum amigo desocupado se ocupa de varrer a casa alguns dias antes de você voltar.
Um dos aspectos chatos, é que não é possível guardar segredos por muito tempo, a não ser coisas que se fez absolutamente sozinha. Na nossa antiga cidade jornais são desnecessários, a igreja e a mercearia são os centros de informação popular, que transmitem em minutos para a cidade inteira se você está doente, se beijou alguém ou se fez qualquer coisa que pareça interessante para as velhas fofoqueiras desocupadas.
Nunca se sabe quando seu passado volta a tona, nunca se sabe quando seu sorriso será mal interpretado, e principalmente, nunca se sabe tudo o que as pessoas sabem sobre você. Em nossa cidade eu me achava feia, os rapazes me evitavam, e eu nunca soube por quê, talvez, tenha sido por que um dia, aos treze anos, beijei Valdecir em uma festinha durante a tarde, Valdecir foi um dos raros rapazes da nossa cidade que acabou preso em uma cadeia, então talvez os outros rapazes tenham medo, acreditando que quando ele sair de lá, daqui a doze anos, irá me procurar...
A minha surpresa quando cheguei na cidade grande, é que eu não era feia, os rapazes me perseguiam, me olhavam, me chamavam e elogiavam, e nem mesmo suspeitavam que algum dia em minha vida eu dei um rápido beijinho em um presidiário. Me assustei com a quantidade enorme de pessoas diferentes que viviam juntas na cidade, e até hoje não entendo por que os meus vizinhos nunca me desejaram um mero bom dia, a impressão que eu tenho é que quando existem muitas pessoas ocupadas em suas próprias vidas vivendo juntas, ninguém conhece ninguém, ninguém sabe nada sobre ninguém. Dizem que uma pessoa da cidade grande conhece em média trezentas pessoas, das quais sabe o nome e sobrenome de apenas cinqüenta. É um absurdo se compararmos com uma cidade pequena, mas, não sei se acredito nisso que dizem, acho que oitenta por cento das estatísticas são inventadas.
Logo na primeira semana eu percebi que as pessoas viviam com o medo de estarem sozinhas nas ruas, ou em suas casas, e mesmo com medo continuam sozinhas, expostas a um monte de criminosos que por algum motivo inexplicável nunca são encontrados pela policia.
A policia da cidade grande é engraçada, dizem que existe um policial para cada cem pessoas, e isto significa que existem muitos policiais nesta cidade, mas mesmo com tanta policia nunca se conseguiu a paz que uma delegado e dois policias trazem para nossa cidade pequena. Um dia eu estava saindo do trabalho cansada, e fui cercada por três bandidões, acho que eles não sabiam que eu tinha dinheiro, ou simplesmente não se importavam, eles queriam mesmo era me ver pelada, tiraram minha roupa e rasgaram uma mini-blusa que eu adorava usar, e quando viram um carro de policia saíram correndo. A policia também gostou de me ver pelada, e ficaram me fazendo perguntas ao invés de perseguir os três rapazes. Depois de muito tempo, me levaram para a delegacia, como se a criminosa fosse eu, e eu tive que tentar lembrar de como eram os três, mas é claro que eu não fiquei reparando nesses detalhes, só lembro que o chefe deles era bonitinho e usava uma jaqueta de couro. Eu quase aproveitei que estava na delegacia para perguntar do Valdecir, mas, na verdade eu não tinha tanto tempo para esperá-lo sair da prisão.
Ta bom, eu confesso, beijei o Valdecir por que eu realmente gostava dele, eu gosto de garotos com esse jeito malvado, bruto. Não sei por quê. Não sei se o beijaria outra vez, mas, não sei por que não faria isso.
Estou fazendo faculdade de direito a noite, e pagando a faculdade com o dinheiro do meu trabalho durante a madrugada. Eu durmo o dia inteiro e nenhum dos habitantes da cidade sabe disso.
Eu lembro que na minha cidade pequena, eu beijei um garoto, apenas uma vez, e todo mundo ficou sabendo, e se este garoto não tivesse sido preso, eu provavelmente estaria casada com ele. Na cidade grande eu faço sexo varias vezes por noite, com homens diferentes que a maior parte das vezes nem mesmo me dizem seus nomes verdadeiros, e ninguém fica sabendo disso. Se eu engravidar nem eu mesma saberei de quem é o filho, acho que a vida na cidade esta mexendo um pouco comigo.
Eu trabalho nessa casa noturna desde que cheguei aqui, onde posso dançar, beber, fumar, e transar o quanto eu quiser. Algumas meninas da casa são desesperadas, quando entra qualquer um, feio ou bonito, pulam sobre ele como moscas no mel. Eu não, eu sou seletiva, só vou pra cama com rapazes que façam meu estilo, gosto de ver os malvadões ficando indefesos e dóceis aos meus cuidados. Hoje em dia, os malvadões de jaqueta de couro entram na casa, e me chamam pelo nome, o nome verdadeiro, nunca senti necessidade de mentir meu nome. Eu me sinto como se fosse namorada de todos eles, e alguns deles sentem isso por mim também, eu consigo perceber. E minha sorte é que eu não sou realmente namorada de ninguém que frequenta minha boate.
Quando comecei a ter clientes apaixonados fixos, eu morria de medo que um encontrasse o outro e resolvessem brigar por minha causa, mas, isto nunca aconteceu. Uma vez, dois se encontraram e ficaram amigos, ali, na minha frente. E depois fomos os três para o quarto. Acho que desde que eu vim morar na cidade grande, tenho tido a oportunidade de fazer tudo o que sempre quis fazer, e o melhor, sem que ninguém comente nada no dia seguinte.
Eu nunca imaginei que poderia te encontrar aqui, na cidade, no meu trabalho, e estou feliz de ter te contado as coisas que eu vivi e aprendi aqui. Passei a minha vida inteira com mil pessoas sabendo com exatidão de detalhes tudo o que eu estou pensando e fazendo, agora estou os últimos dois anos passando pelos mesmos lugares, e ninguém nem ao menos sabe meu nome. Estou feliz que você tenha aceitado o convite de vir até a minha casa, neste horário não é seguro andar pela rua, já tive tantos problemas que até comprei esta arma que levo na bolsa.
É uma pena que você já esteja voltando para nossa cidadezinha, eu pretendo voltar para lá algum dia, depois de me formar, e eu não queria que as pessoas de lá, soubessem de algumas coisas que eu fiz aqui na cidade. Você entende né? Eu passei anos da minha vida me controlando para evitar cair na boca das velhas fofoqueiras. Calma, eu já vou guardar minha arma.
Só que eu não posso permitir que você volte para lá, e conte tudo o que eu passei para me tornar doutora, você foi um ótimo amigo durante toda minha infância, mas, foi você que me viu beijando o Valdecir, eu pedi pra você guardar segredo, ele também era seu amigo na época, e também te pediu sigilo. O que você fez? Contou pra cidade inteira. Quando Valdecir te pegou de jeito, você foi chorar para o seu papai delegado e inventou tantas histórias que ele esta na prisão até hoje.
Essa é a esquina mais escura que eu conheço. Fique de joelhos e peça desculpas. O que? Você gostava de mim? Gostou a vida inteira? Que bom que você teve coragem para me dizer isso antes de eu me mudar para a cidade grande.

Um súbito estampido foi ouvido pelo quarteirão, porém, tiros são ruídos noturnos comuns na cidade, então ninguém se importou.
A principal vantagem de viver em uma cidade grande, é que você pode acordar no dia seguinte, e ter a certeza de que ninguém nunca fica sabendo das coisas que você fez na noite anterior.
Ainda volto pra minha cidadezinha natal. Terei dinheiro e uma profissão e, ninguém nunca mais será preso por algo que não fez.


=NuNuNO==
( Precisando de um pouco de paz, sossego e anonimato )

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Zeca Curioso da Silva

Bom... Estou tentando escrever, mas completamente sem idéias úteis. Então, demonstrando a imensa falta de criatividade e de talento também, enquanto o sono não chegava fiz estas tirinhas no Gimp, usando apenas o mouse, sem nunca dar um CTRL+Z! Não me orgulho disto, mas, vou publicar para encher linguiça.






Aviso aos navegantes, Zeca Curioso da Silva voltará a qualquer fim de semana sem criatividade...

Divagação I – A maneira de aprender Vs Qualidade

Acho estranho que nos dias de hoje as pessoas aprendam a fazer sexo de maneira tão aleatória. Nunca se sabe ao certo com quem se vai aprender, e a maior parte das descobertas sobre o parceiro/parceira é feita no antigo método das tentativas e erros constrangedores. Poucos se dão ao trabalho de pelo menos explorar o próprio prazer, para poder repassar instruções claras de como tirar um pouco mais de proveito do ato em si.
Grande parte das pessoas se desenvolve em estado de completa miséria sexual, o assunto é algo proibitivo ou debochado, a aprendizagem é irregular e inconsistente. No final das contas, o sexo acaba sendo mal feito. Infelizmente, pessoas miseráveis se contentam com pouco, alguns centésimos de prazer será o suficiente para que repitam a experiencia mais vezes, seguindo os mesmos procedimentos que funcionaram na relação anterior e assim infinitamente. No fim da vida, estas pessoas julgam a qualidade de seus seus orgasmos pela diferença nos centavos, nasceram, cresceram e morreram carentes de um prazer maior.
O sexo mal feito, acaba seguindo os padrões de terra sobre o fogo, extingue-se naturalmente. Já o sexo bem feito, comporta-se como madeira sobre o fogo, inflama-se e as vezes sai do controle ao ponto de criar um incêndio. Foram poucas as sociedades que estudaram o sexo de maneira sistêmica, buscando elevar ao máximo o prazer obtido, piromânicos que nunca se cansavam de atirar mais lenha ao fogo. O sexo se tornou uma forma de magia, cujas realizações estendiam-se além dos momentos íntimos. O prazer convertia-se em riqueza e a riqueza em mais prazer, num ciclo eterno que incendiava tudo a sua volta.
O que aconteceu com estas pessoas? Não se sabe ao certo, devem estar por ai, causando um ou outro incêndio no decorrer de nossa história humana, talvez pertencendo a uma seita secreta que repassa milênios de instruções sobre o prazer máximo apenas para filhos e filhas, talvez tenham sido extintos nas chamas de alguma inquisição qualquer.
Pense nisso, você acha que o prazer que você sente é o máximo que poderia sentir? O prazer que você causa é o máximo que poderia causar? Apenas pense.

=NuNuNO==
(Divagando para construir, construindo para divagar )

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A Moça do Espelho





Um dia como qualquer outro, Lucas espremia as espinhas em seu rosto adolescente como se fossem quaisquer espinhas, sem nenhuma relevância para o resto de sua vida. Completamente entretido com a agradável dor de livrar o rosto das pequenas e infectadas feridas, ele viu, refletida no espelho um bela mulher, que sorria para ele da forma que normalmente as mulheres sorriam apenas em seus sonhos. Virou-se para vê-la, mas ela não estava lá. Voltou-se para o espelho e nada havia além de seu próprio reflexo. Continuou esmagando suas espinhas, tentando ignorar o fato.
 
Na mesma noite, as mulheres de seus sonhos pareciam ter seus sorrisos ofuscados pela memória que circulava seu universo imaginário. Um mísero segundo observando o sorriso da bela e misteriosa mulher serviu para diminuir a importância de todas as outras.
Acordou deprimido. Foi até o espelho, para procurar qualquer resquício da mulher fantasma, mas, só encontrou suas velhas espinhas, que mesmo tendo sido espremidas no dia anterior, já haviam voltado a velha forma.
Espremeu-as com todo o carinho de sempre, tentando concentrar-se na dor afim de esquecer do que era para ele inesquecível, a moça tornou a aparecer. Ela vestia apenas uma capa rosa e, estava visivelmente presa dentro do espelho.
Por quase uma hora, com medo de desviar o olhar, mover-se, ou fazer qualquer coisa que pudesse fazer com que a moça se esvaísse novamente, Lucas limitou-se a observar a mulher, que sendo a mais bela forma feminina que nunca havia sido capaz de imaginar, proporcionou a ele o mais estranho e imobilizado orgasmo de sua existência pelo simples fato de mover-se com carinho, fitá-lo com atenção e mover os lábios no agradável movimento, que mesmo sem produzir som, traduzia-se em um acalorado e sincero “eu te amo”.
Para total desespero de Lucas, a moça parecia estar se despedindo, aproximou seu rosto e beijou o vidro, Lucas em uma vã tentativa de degustar os lábios carnudos daquela linda aparição, fez o mesmo.
Lucas viu o rosto dela próximo ao seu, ela fechou os olhos, ele a acompanhou. Após um longo beijo limitado pela placa de vidro, Lucas abriu os olhos e constatou que ela não estava mais lá.

A partir deste dia, Lucas passará a vida definhando em frente ao espelho, sendo chamado erroneamente de narcisista. Morrerá esperando que ela volte, e não contará a ninguém o segredo, de como aquela estranha marca de batom foi parar do lado de trás do vidro do espelho.

=NuNuNO== Griesbach
( Que precisa reaprender a escrever )


Pessoas que sabe Deus como me encontraram aqui

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Analista de sistemas e desenvolvedor de software, apaixonado por mobilidade.